O camaleão esbugalhado é interpretado pelo um dos esquisitões favoritos de Hollywood: Johnny Depp. A animação do estúdio Industrial Light & Magic, subsidiária da Lucasfilms, conseguiu um feito que eu não achava mais possível, me espantou com a qualidade técnica muito além do que eu imaginava, e sem apelar para o popular 3D (sim, é melhor que a Pixar, falo sem nenhum medo).
Apenas vejam esses personagens, que misturam o carisma do cartum com um detalhamento absurdo com diversas texturas e iluminação impecáveis. Cada frame deste filme é uma obra de arte!
A história, comandada pelo diretor de Piratas do Caribe, Gore Verbiniski, é sobre uma cidade chamada "Sujeira", a crise de falta d'agua que seus habitantes sofrem e um forasteiro que procura a sua própria identidade enquanto se camufla como um grande pistoleiro do velho oeste.
Sob as melhores influências do velho Oeste, entre eles o "O bom, o mau e o vilão", Rango não procura só no bang bang e as suas cenas mais inspiradas vem de lugares como "Medo e delírio em las Vegas" e "Apocalypse Now".
E com esse tipo de material de base não surpreende que Rango não seja um filme para crianças. Quero dizer, dá para levar os pequenos sem problemas, embora o filme não tenha medo de lidar com a morte, mas tem humor e ação que entretem facilmente. Mas para os adultos temos boas cenas, uma história, enquanto não muito original, bem estruturada (se alonga um tanto na metade) e até toques de surrealismo psicodélico, fazendo de Rango uma experiência impar nas animações.
Falhas o filme tem, e algumas são bem visíveis que, provavelmente, impedirão o longa de entrar na lista das grandes animações de todos os tempos. Mas com uma animação de primeiríssima linha, excelentes vozes (vi legendado) e uma trilha sonóra excelente (do popular, mas sempre eficiente Hans Zimmer), Rango é um tiro certeiro!
Uma rápida ilustra sobre Rango e um Hunter S. Thompson, dois personagens de Depp que se misturam nessa ótima imaginação.

Deve ser o protagonista mais feio de uma animação
ResponderExcluirMas não por isso menos simpático, como exige a função
Um camaleão metido a artista, que não sabe quem é
Tal qual sua espécie, define: “posso ser quem eu quiser”
Se depara no meio do nada, “Poeira” é nome sugestivo
Com conversa fiada vira herói: “matei sete com um tiro”
Daí parte o enredo, com sede, cheio de confusão
Divide as atenções com uma caipira, seu par: Feijão
A água é como petróleo: quem a possui tem poder
Talvez complexo para um menor de 10 anos entender
Algumas oscilações entre bom e regular: perdoáveis
Cenas de ação e perseguição impecáveis, impagáveis
No original, a voz de Johnny Depp é sem dúvida atração
É ele quem dubla o principal personagem, o camaleão
Não por acaso, nos Estados Unidos, é líder de bilheteria
Em um fim de semana arrecada o dobro do que se esperaria
Por ser infantil, claro, a lição de moral tem que existir
Mentira tem perna curta e o herói tem que se redimir
Adultos que gostam de animação podem ir sem problema
Só uma sugestão: bebam água antes de entrar no cinema
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Ah, o nome da cidade na versão dublada é "Poeira"?
ResponderExcluirNão sabia, é um tradução melhor para encaixar no filme.