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Amor e outras drogas (Love & other drugs, EUA 2010)
Direção: Edward ZwickEstrelando: Jake Gyllenhaal, Anne Hathaway, Hank Azaria, Oliver Platt, Josh GadOk, não vou perder muito tempo recapitulando o gênero da comédia romântica. Histórias de amor envolvendo situações cômicas sempre existiram no cinema (Chaplin, por exemplo, é o avô das comédias românticas).
Mas no final da década de 70 uma nova leva de filmes enquadrados em uma fórmula pouco flexível que envolve um belo par de protagonistas se conhecendo em situações inusitadas para depois surgir um conflito, muitas vezes causado por um engano pouco provável, e por fim a resolução e confirmação do amor eterno do casal, junto com a promessa para a audiência de "felizes para sempre". Existem variações e incorporações nesse estilo, como o gênero de super-heróis e ação, mas basicamente são filmes presos aos grilhões dos clichês. Mesmo que tenha produzidos clássicos e estrelas (geralmente os novos "queridinhos da américa" como Julia Roberts), com o passar do tempo a comédia romântica foi cansando.
Por isso até mesmo quando vemos um filme inofensivo como "Amor e outras drogas" é impossível pelo menos não suspirar de tédio durante algumas partes do filme. Principalmente aqueles que mostram bem as raízes do seu estilo.
O longa conta a história de Jamie Randall (Gyllenhaal,), o bonitão e carismático vendedor de eletrônicos, que após demonstrar os seus poderes de "canalha sedutor" na mulher do seu chefe, acaba como representante de vendas para remédios, quando ele engana secretárias e passa a perna nos concorrentes. Aparentemente nós deveríamos achar isso charmoso.
Não demora muito para entrar em cena Maggie (Hathaway), uma paciente de Mal de Parkinson com o espírito independente e alma artística (e se você está se perguntando, sim, ela mora em um galpão industrial e usa macacões sujos de tinta). E é claro que Jamie e Maggie se tocaram de "hey, nós somos duas das pessoas mais atraentes do planeta e emocionalmente desapegadas, nós deveríamos fazer sexo". E sexo eles fazem, bastante. Curiosamente, o filme não é tão tímido quanto outras comédias românticas mais familiares, mas não esperem ver nenhum nú frontal.
O resto vai de costume, o longa possui todos os estágios do gênero bem demarcados: o encontro, o começo da relação, o aprofundamento dela em uma montagem musical, o conflito, a separação, a revelação que um não pode viver sem o outro e o final feliz. O longa ganha pontos por méritos dos protagonistas, que conseguiram convencer que estavam apaixonados, o que ironicamente é cada vez mais raro nos dias de hoje, e Gyllenhaal até que fez um bom trabalho como um homem que tem problemas com a sua própria imagem. Por outro lado ele protagonizou uma cena em que declarar os seus sentimentos causaram um mal estar físico… e não era para ser engraçado.
Por falar de falta de humor, de fato são poucas as comédias românticas que conseguem arrancar risadas verdadeiras da audência, mas "Amor e outras drogas" simplesmente desiste disso após o primeiro ato, escanteando o fator "comédia" completamente, tanto que os personagens secundários que supostamente deveriam ser os alívios cômicos, como o irmão gorducho e feio do protagonista (Gad), não prestam para nada. Eles até que possuem as suas "sub-plots", mas acabam sem resolução alguma.
Existe também uma referência histórica à explosão de popularidade do Viagara. Sim o remédio para "levantar" o amigo, criado em 1996. E além do remédio, o filme constantemente tenta nos lembrar em que data eles estão, chegando a usar a Macarena para isso. Enquanto a famosa pílula azul tem participação em uma cena, essa história poderia ser perfeitamente contada sem o uso dela.
Tirando o completo desperdício de personagens e a falta de humor, que nunca foi essencial para começo de história, o quê esse filme tem de tão ruim? Nada. O quê ele tem de bom? Os atores fazem um bom trabalho, mas interpretando papeis tão manjados na indústria cinematográfica, é o mesmo que dizer que o padeiro fez um bom pão. Então temos mais uma daqueles produtos genéricos, o que por sí não é ruim, mas em se tratando de comédias românticas, vendo novamente os belos manequins de Hollywood fazendo a MESMA dança denovo e denovo e denovo, a coisa já está insuportável, motivo pelo qual esse tipo de filme sempre leva bomba da crítica. Uma pena que não foi dessa vez que o diretor Edward Zwick conseguiu voltar aos seus Tempos de Glória (piadinha infame, eu sei… quem não entendeu, dêem um google no nome do cara).
Em uma nota pessoal, esse filme ainda teve o agravante de trazer Anne Hathaway, uma atriz que, eu não tenho como explicar, mas possuo uma grande antipatia com o seu trabalho (obviamente, afinal eu não conheço a pessoa). Eu até tentei colocar em palavras as justificativas pela qual eu não gosto dela, mas não deu, eu apenas não gosto e acho que não vou conseguir mudar de idéia. Desculpa Hathaway, mas eu não suporto os seus filmes, e mesmo com você mostrando os seus belos peitos não tornou "Amor e outras drogas" mais agradável.
Finalizando, como todas as outros romances recentes, vale a pena ver com a pessoa amada. Tirando isso, existe uma diversidade de histórias melhores a serem visitadas pois o filme não oferece absolutamente nada que chame a atenção, além de gente bonita pelada… mas estamos na internet, podemos ver gente pelada quando bem quisermos.
Nota: 6,5
Ai aia ai... eu ainda não tô atualizando o twitter, foi mal