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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Mais um do Woody Allen...



English:




Você vai conhecer o homem dos seus sonhos (You will meet a tal dark stranger, EUA 2010)

Direção: Woody Allen
Estrelando: Gemma Jones, Naomi Watts, Lucy Punch, Pauline Collins, Frieda Pinto, Josh Brolin, Anthony Hopkins, Antonio Banderas



Ok! Jogo rápido. Para aqueles que são fãs do Nova Yorquino baixinho e nervozinho já sabem que faz mais de década que ele dedica os seus filmes ao cinismo da raça humana e a insignificância da existência. E em "você vai conhecer o homem dos seus sonhos" Woody Allen não faz questão nenhuma de ser diferente dos filmes que ele vem fazendo desde "Desconstruíndo Harry"… em 1997.

Enquanto é um filme bem construído, afinal Allen sabe fazer o seu trabalho, ele não apresenta nada de novo e o texto sem dúvida mostra uma forma desgastada de storytelling, a qual o seu autor tanto gosta.

A história é sobre duas gerações de casais da mesma família: Alfie (Hopkins) e Helena (Jones) que se separam após Alfie se apavorar com a sua própria mortalidade e tentar recuperar a juventude; e a filha deles: Sarah (Watts) e seu marido Roy (Brolin), em uma relação fragilizada pela teimosia do marido em tentar suceder como escritor, negligenciando as finanças e família para isso.

O enredo conta os episódios dessas quatro pessoas em sua busca pela felicidade, seja com cartomantes, a vizinha ou o chefe bonitão, tudo é válido para que atinjam os seus objetivos, incluindo atos deploráveis, como Roy que vai ao fundo do poço para ser reconhecido como escritor.

Mas bem como o nome original indica (em inglês é uma metáfora para a morte) essa não é uma história de finais felizes. O que encontramos aqui são personagens mesquinhos envolvidos nos seus problemas e frustrações incapazes de ter empatia pelos outros, incluindo até mesmo a chorosa e supersticiosa Helena.

O filme conta com uma narração que muitas vezes chega a ser redundante, descrevendo acontecimentos que a audiência está assistindo, isso tudo junto com os típicos diálogos do Wood Allen e trilhas sonoras entre o confortável Jazz característico do diretor ao violão clássico para marcar as cenas com Dia, a tentação de vermelho para o personagem de Brolin. Tudo reciclado de outros filmes do próprio Allen.

O problema em si não é só a repetição do estilo do diretor, que mesmo filmando fora de Nova York, retrata Londres como a mesma. É a qualidade mesmo. A melhor piada que o longa tem a oferecer é sobre a espera de Alfie a fazer o viagrar fazer efeito, mesmo com Hopkins conduzindo a cena. O restante não é interessante, os personagens não cativam, justamente por serem criaturas superficiais mesquinhas e não demora muito para que chegue aquele momento que você fica olhando as horas no relógio… (e tapando a luz).

Woody Allen é uma máquina de fazer filmes. Nesta década ele fez um a cada ano, sendo que apenas aqueles que contam com grandes atuações de atores inspirados são os que se salvam da mediocridade (Vicky Cristina Barcelona por exemplo). Mas como uma máquina, seus produtos são desprovidos de qualquer paixão, criatividade e significado que seus filmes antes tinham. Uma pena, Allen só está machucando sua antes excelente imagem com um amontoado de "filmes-nada".

Nota: 5,5

Foi mal a demora essa semana (era para ter saido no último sábado) mas por motivos de saúde só pude terminar hoje. Para mais informações do filme da próxima semana, sigame no twitter

Um comentário:

  1. Acho que Woody Allen chegou a um ponto em que simplesmente não se importa mais com nada.
    Ele fazendo filmes ruins ou não, sabe que vai ter uma galera de pseudo intelectuais que irão assisti-los e passar o resto da vida encontrando significados imbecis neles.
    Um texto onde eu tiro sarro dele é este:
    http://fantasticocenario.com.br/2011/09/19/dialogos-probabilisticamente-possiveis-maldito-vizinho-2/
    Valeu.

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