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sábado, 11 de dezembro de 2010

Uma animação cabeçuda, mas não cerebral.



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Megamente (Megamind, EUA 2010)
Direção: Tom McGrath
Estrelando: Will Ferrell, Tina Fey, Brad Pitt, Jonah Hill, David Cross




Uma das rivalidades do cinema recente que mais chamam a atenção é sobre os dois maiores estúdios de animação computadorizada: Pixar X Dreamworks.

Cada filme que lançado, um é mais bonito que o outro, e logo a excelência gráfica deixou de ser a primeira coisa a ser analisada nesses filmes, e sim a história. O problema que competir com a Pixar seria o mesmo que eu competir com… sei lá, o Picasso. E é essa a estigma da Dreamworks, a de fazer bons filmes, mas não tão bons quanto a Pixar, que parece soltar uma obra prima por ano, e atingiu o seu ápice agora há pouco com "Toy Story 3".

Mas a Dreamworks vem melhorando, dos filmes sem alma e recipientes vazios de vozes de celebridades e piadas pop-culturais, para longas que tem um significado, como o excelente "Como treinar o seu dragão", o que nos deixa a pergunta, como Megamente fica na história dessa rivalidade contra a gigante da Pixar.

A resposta: um filme perfeitamente bom, mas completamente esquecível.

A animação é linda, e o 3D muito bem utilizado. Novamente a decisão fica por conta do espírito do filme. E espírito esse filme tem, Will Ferrell na voz do protagonista com a gigantesca cabeça azul se certifica disso.

Ferewell, que durante a década estrelou muitas das melhores comédias, ultimamente andou preso a filmes de segunda, e a Feitieira (ugh..). Com Megamind ele definitivamente quer se livrar dessa maldição.

O filme é um twist interessante na história do super-homem e basicamente todas as relações dos heróis e vilões clássicos. Um jogo de gato e rato interminável, na qual o vilão nunca consegue causar a catástrofe e o herói apenas coloca o vilão na prisão, para o ciclo recomeçar na próxima edição.

E Megamind adora esse jogo. Ele e Metro man (Pitt) como dois alienígenas que cumprem seus papéis de malvado com super-inteligência e bonitão com poderes divinos.

Até que um dia o impossível acontece, o mal vence o bem, e ai vem a grande questão do filme: o que vêm depois? A resposta é o vazio existencial. A graça é mostrar que heróis e vilões são apenas crianças com uniformes que gostam de brincar de armas do juízo final e lutas épicas, mas o filme mostra que no final, a decisão de ser bom ou mal vem da própria pessoa, e não da imagem estereotipada que ela representa.

Louco para voltar a brincar de bandido e mocinho, Megamind então pretende criar um novo herói, Titan (Hill). O problema que esse novo herói não é um clichê, não se encaixa no jogo, ele não tem interesse em brincar e muito menos em ser o novo Metro man. Por fim se torna aquilo que Megamind nunca foi, uma verdadeira ameaça.

Enquanto, como disse, Ferrell dá tudo de si, os outros personagens não chegam a cativar. Pitt dá um tom de show-man exibido ao herói, e Hill não precisa de nenhuma caracterização já que sei personagem é a sua cara. Mas o maior problema mesmo fica com Tina Fey, como a "Lois Lane" Roxanne Ritchie. Enquanto não seja muito fã da Fey, ela é uma comediante e o filme não dá uma piada sequer a ela, e no fim das contas a sua caracterização ficou abaixo das outras.

Além disso, o filme não consegue encaixar boas piadas, e suas idéias não são particularmente originais, embora a jornada de redenção do protagonista é bem executada.

De destaque, é legal apontar a trilha sonora do filme, com rock clássico das antigas que se encaixa direitinho no filme, de AC DC até Guns, junto com efetivas músicas originais para as cenas emocionais.

Megamind não é aquela animação que vai marcar a infância da garotada, não vai prender os adultos além da hora e meia de duração e muito menos ameaçar o reinado da Pixar. Mas depois do "Como treinar o seu dragão", esse filme é um passo para trás. Para aqueles que não estão nem ai para a rivalidade dos dois estúdios só precisam saber disso: Megamind é divertido, vejam!

Nota: 7,5

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