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sábado, 5 de março de 2011

Bang-Bang dos bons!



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Bravura Indômita (True Grit, EUA 2010)

Direção: Joel e Ethan Coen


Estrelando: Jeff Bridges, Matt Damon, Josh Brolin, Hailee Steinfeld, Barry Pepper




Antes de começar a resenha eu tenho que falar: eu sou fã de carteirinha dos irmãos Coen (lindos!!), adoro tudo que eles fazer e para mim não existe um filme ruim deles. Impossível eu fazer um resenha "imparcial" já que sou o equivalente de uma menina de 13 anos fã de Restart dos diretores. Mas vou fazer o meu melhor para tentar isso.

O título desse filme sem dúvida não é um desconhecido para os fãs de faroeste, já que é uma refilmagem do longa de 1969 famoso por dar a John Wayne, a lenda dos westerns e símbolo norte americano, o seu único Oscar. Mas a idéia dos Irmãos Coen (lindd... argh!) na direção de um western chamou a atenção de muita gente, já que os diretores são aclamados atualmente por seus filmes com um pesadíssimo humor negro e destruindo qualquer perspectiva de um final feliz (já muito distantes e mais amargos dos seus dias de "Arizona nunca mais"). Então ver esses dois que possuem um visão tão amarga da humanidade levarem as suas lentes para o Oeste selvagem norte americano sem dúvida causa expectativas, ainda mais trazendo Jeff Bridges na cabeceira, sendo que o velho anda pegando fogo nos últimos anos.

Mais fiel ao romance original de Charles Portis, "Bravura Indômita" dos Coens conta história de Mattie Ross (interpretada sensacionalmente pela novata Hailee Steinfeld), uma garota de 14, que diante do corpo do pai, morto covardemente pela escória conhecida como Tom Chaney (Brolin), seus olhos não apresentam lágrimas e sim o fogo da determinação em ver o seu pai vingado. Com uma língua afiada e perspicácia fora do comum, a jovem Ross encomenda os serviços de Rooster Cogburn (Bridges), um velho homem da lei beberão, mas que possui a qualidade de ser o mais impiedoso da região, o que agrada a moça. Com a missão caçar Tom Chaney e levá-lo a forca, Cogburn relutantemente aceita a proposta de Mattie e conta com o apoio de Labeof (Damon), um patrulheiro do Texas interessado na fortuna que vale a cabeça de Chaney.

Com o script assinado pelos próprios irmãos, não é de se espantar que a força do filme venha da ambiguidade moral, e alguns casos, a completa falta desta por parte dos seus personagens, mas bom Deus, é fácil ve-lôs em uma luz tridimensional. Cogburn se diz um homem da lei, mas já assaltou e matou e bebe para esquecer o fato que está gordo, velho e morando nos fundos de uma mercearia, a tal ponto que se torna uma amontoado de rugas balbuciando incoerentemente. E Tom Chaney, pintado o filme inteiro com um astuto assassino fora-da-lei, é um decepcionante boçal de costas curvadas para o seu chefe.

Mas de longe a personagem mais interessante é a jovem Mattie Ross. Steinfeld, com apenas 14 anos, já tem noção da responsabilidade que o filme é sobre a jornada da sua personagem e ela nos convida sem nenhum problema a vermos o que vai acontecer no final da sua caçada. A protagonista é envolvente, domina homens experientes, seja eles empunhando uma caneta ou uma pistola, e possui desvios de moral, deixando passar um sorriso ou outro quando passa a perna um homem de negócios invocando um conhecimento que provavelmente não o possui. Mas em momentos de conflitos, quando a brutalidade do mundo se revela, ao ver um homem agonizando por exemplo, Mattie mostra que na verdade é uma garota de 14 anos, e nos fazer acreditar nisso, depois de passar o filme inteiro construindo uma inacreditável menina forte. É para isso é necessário talento.

Steinfeld foi tão bem que os veteranos Bridges e Damon simplesmente abriram o espaço e trabalharam seus personagem em cima da moça. Rooster de um beberrão irresponsável em um momento passa para uma figura paterna pela influência da menina, e Damon que começa o filme com o peito estufado pelo orgulho texano, termina com uma dicção ridícula por um ferimento na língua e uma admiração e um sutil interesse romântico pela moça. Enquanto não memoráveis sozinhos, o trio ganha força pela presença de Mattie.

Nos quesitos técnicos, uma das grandes injustiças gritadas por todo mundo é a que deste filme não levou o Oscar de fotografia, feito pelo parceiro de longa data dos Coens, Roger Deakins. Cenas lindas e uma palheta de cores com o predomínio de cores pardas e frias, normal para um western, mas que surpreende pela pelos belíssimos enquadramentos e passagens (os frames da cavalgada final dá para colocar na sala sem problemas). Mas a direção como um todo não tem a mesma foça dos outros trabalhos surpreendentes dos diretores, não causa o mesmo desconforto pelo humor negro existente em "Um homem sério" ou o espanto causado por Javier Barden em "Onde os fracos não tem vez". Muitos momentos parados desconfortavelmente e diálogos de exposição que de pouco servem para construir a história, tornam o segundo terço do filme uma paciente espera pelo clímax do tiroteio.

Dizer que este longa não está entre os melhores filmes dos Irmãos Coen não chega a ser um demérito, afinal a carreira dele é impar no cinema moderno (lindos lindos!!! er.. droga!). Sem dúvida alguma é uma versão superior a de 1968, com uma abordagem mais viceral da busca por justiça e triste conclusão do que espera uma pessoa quando ela chega no final da sua vingança. Sem dúvida alguma vale a pena ver. (lindooooooooosss)


Nota: 8,0

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