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sábado, 26 de março de 2011

Deus abençõe a estupidez masculinizada deste filme!

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Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles (Battle: Los Angeles: EUA 2011)

Direção: Jonathan Liebesman

Estrelando: Aaron Eckhart, Michelle Rodriguez, Ramón Rodríguez, Bridget Moynahan, Ne-Yo, Michael Peña



Eis um filme que foi esperado com certa ansiedade pela comunidade "nerd", ligada em videogames e ficção científica. Por quê? Simples, os produtores de "Batalha de Los Angeles"  venderam o produto como "Call of Duty", um famoso jogo de tiro em primeira pessoa, com aliens.

E digo, a propaganda não foi enganosa. "Batalha de Los Angeles" realmente parece um jogo de videogame, no qual o objetivo é combater invasores extraterrestres. O problema é que games são divertidos quando a gente joga eles, e não quando apenas assistimos.

Dirigido por Jonathan Liebesman, conhecido pelo remake de "O massacre da serra elétrica", o longa gasta seus primeiros 20 minutos apresentando um bando de Marines (os famosos soldados da marinha Norte Americana). Expressivos como uma tábua, suas linhas de diálogo se restringem a expor o clichê que representam: o soldado experiente cansado do campo de batalha, o novato assustado, o latino, etc. E sim, temos um personagem que estão para casar e outro que está para ser pai.

Eventualmente meteoros caem na Terra e logo uma legião de seres humanóides com órgãos fundidos em uma armadura metálica imediatamente começam a destruir e matar tudo que vêem pela frente. "Especialistas" na televisão logo concluem que os invasores procuram os recursos naturais do nosso planeta e coloniza-lo, que segundo o filme indica, é o mesmo que exterminar a raça humana. E é isso que vamos saber dos extraterrenos.

O que faz sentido, pois a medida que a história progride (ou o que parece ser uma), a ficha cai facilmente. "Batalha de Los Angeles" é praticamente uma propaganda das forças armadas dos Estados Unidos. O foco está em acompanhar um grupo de reconhecimento e resgate, e enquanto é bacana ver algum  dos seus procedimentos militares, o heroísmo exacerbado, as inúmeras cenas de sacrifício e a pura canastrice encenada seriamente pelos atores retiram qualquer noção de fazer simulação de como seria um combate real de soldados contra uma força alienígena.

E isso se arrasta por duas horas pessoal. O enredo bem que tenta enfiar desenvolvimento de personagem e até mesmo um interesse romântico para o protagonista. No entanto, o filme é apenas  o deslocamento do ponto A para o B, atirar em alguns aliens, ir para o ponto C, gritar algumas ordens e por ai vai.

Não ajuda muito o fato que a câmera é da variação estilo Michael Bay: trêmula, incapaz de fazer um enquadramento decente e mostrar com clareza a ação ou a destruição da cidade. Nas cenas finais eu já estava tonto com o alto som dos disparos e  o tremelique incessante.

Mas o pecado maior está em gastar um bom ator como Aaron Eckhart no papel do protagonista, um sargento genérico com cicatrizes emocionais. O restante do elenco até que faz um bom trabalho nos seus personagens limitados e Michelle Rodriguez que, novamente, encarna uma mulher durona. Basicamente um resumo da carreira da atriz.

No entanto, eu preciso dizer que gostei do filme sim. É incrivelmente estúpido, canastrão e um oportunidade perdida ao tentar uma nova abordagem ao tema de invasão alienígena, mas eu me diverti pacas. Claro que o filme até fica piegas a um ponto constrangedor, ainda assim há algo de empolgante nessa bobagem movida a pólvora  e testosterona.  Eu não tenho como defender o longa além do meu gosto subjetivo em ver coisas explodindo.

Fechando a conta, "Batalha de Los Angeles" é longo, 80% dele consiste em ver soldados atirando em alvos sem nenhuma característica além de simplesmente serem o inimigo. Os personagens são rasos como uma folha de papel e eu nem cheguei a arranhar a estupidez que este filme apresenta, como uma veterinária acreditar que pode ajudar a dissecar um alienígena só pelo fato dela ser uma veterinária. Mas para aqueles que gostam de ver filmes tão, mas tão ruins, que fazem um 180 de pura ironia, como por exemplo: ver atores falando na cara dura as coisas mais ridículas possíveis como se realmente estivessem levando a sério, então é possível que você consiga tirar algo de proveitoso dessa invasão.

Nota: 6,0

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