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sábado, 27 de novembro de 2010

Eu vi coisas que vocês nunca acreditariam...

Não tinha nada de bom passando no cinema essa semana, então vamos com um clássico retro não?



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Blade Runner o Caçador de Androides (Blade Runner, EUA1982)
Direção: Ridley Scott
Estrelando: Harrison Ford, Rutger Hauer, Sean Young, Daryl Hannah, Joe Turkel



Existem aqueles clássicos que influenciam toda uma geração de filmes, muitos dos quais superam a sua fonte de inspiração. E existem aqueles clássicos que são insensíveis ao tempo, que ficam lá, permanentes na história, sua qualidade e o prazer em assisti-lo não muda, pouco importando se a audiência de agora não passava de apenas uma idéia vaga na época de estréia.

Baseado no livro de Philip K. Dick, Blade Runner, de Ridley Scott, se encaixa na segunda categoria. A sua trajetória na cena cultural é bem distinta. Foi um fracasso de bilheteria, depois um oculto favorito dos cinéfilos cult e agora, com mais 25 anos de idade, atingiu o status de clássico.

Eu honestamente não sei o que eu posso resenhar ou dizer algo sobre Blade Runner que já não tenha sido dito, diabos eu já encontrei textos que traçam paralelos cena por cena com o cristianismo, análises é o que não faltam. Mas para quem não conhece, permita-me tentar vender esse filme.

O filme se passa na futurista Los Angeles em 2019 (é eu sei, eles eram bem otimistas naquela época). Semelhante aos detetives de Dashiell Hemmet, Rick Deckard (Ford) é um típico anti-herói noir com problemas com a autoridade que é forçado a uma missão como Blade Runner, sua ex-profissão.

Blade Runner é o nome dado aos policiais que tem como missão "aposentar" replicantes, andróides humanóides. Sim aposentar, não executar. Ah! a boa e velha hipocrisia humana. Replicantes são proibidos na Terra, sendo apenas usados como força escrava na exploração espacial.

O problema é que os replicantes são tão perfeitos, e na arrogância humana de criar algo a sua semelhança (como um certo cara chamado Deus), que não demorou muito para esses andróides se tocarem que não querem ser escravos, além de passar a valorizar as suas experiências, suas memórias, enfim, criaram apego pela vida. Mas eles ainda são um produto comercial, com data de validade.

Temendo essa data, quatro replicantes voltam à Terra a procura daquilo que os homens almejam desde a antiguidade: conhecer seu criador e escapar do desespero da mortalidade. Entre eles o Übermensch, Roy Batty (Hauer), e Pris, a sensual prostituta robótica (interpretada por uma jovem e elástica Daryl Hannah).

Além da caçada, Deckard tem que lidar com seus sentimentos conflitantes em relação a Rachel (Young), uma replicante vítima da mais cruel piada: ela recebeu memórias para pensar que é humana.

Com a arte conceitual de Syd Mead, Blade Runner chama primeiramente a atenção pelo futuro Neo-noir. Os designs do filme são fonte de inspiração até os dias de hoje… diabos, até um clipe das Spice Girls é baseado nos projetos de Mead. Mas a ação que rola nas ruas escuras de Los Angeles é igualmente impressionate.

Harrison Ford no ápice da sua carreira, com Han Solo e Indiana Jones no bolso, incorpora Deckard como um homem com as costas pesadas e desumanizado pela matança de Replicantes. Em contra partida Roy apresenta todas as emoções do espectro humano, principalmente quando ele conhece o seu Deus, o inventor dos replicantes Tyrell (Turkel), em uma das cenas mais impressionantes do longa. São dois personagens fáceis de se identificar, e com atuações recompensadoras.

Blade Runner não gasta uma linha de diálogo sequer e suas cenas são repletas de simbolismo, tanto que chega a levantar a grande dúvida sobre a humanidade do protagonista sem nem precisar usar uma palavra, mais uma prova que Ridley Scott tem completo domínio do seu filme.

Vejam Blade Runner não porque é um clássico, não porque é um ainfluência para a ficção científica atual, mas sim porque é um batia filme, excelente, e diversos outros adjetivos que possam imaginar. Não viu ainda? Que diabos vocês está fazendo aqui??

Nota: 10!!

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